29 de set. de 2009

Na briga por 2016, rivais do Rio encaram fogo amigo ao longo de suas campanhas.

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As queixas são bem parecidas: mau uso dos cofres públicos, fechamento de áreas de lazer para erguer instalações esportivas e operações do governo que atingem em cheio minorias sociais. Ao longo da disputa pelos Jogos de 2016, Chicago, Tóquio e Madri enfrentaram o fogo amigo de moradores que são contra a escolha de suas cidades como sede das Olimpíadas.

Agência/AFP

Integrante do movimento de oposição em Chicago dá entrevista: questões financeiras geram protesto.

Chicago e os entraves financeiros.

Nem mesmo a força do presidente Barack Obama foi capaz de evitar os protestos em Chicago. Em tempos de crise econômica mundial, moradores da cidade americana criaram o No Games Chicago, movimento liderado por estudantes, professores e empresários que criticam a utilização de dinheiro público para a realização dos Jogos.

Chicago demonstrou ser incapaz de manter o projeto dentro do prazo e do orçamento, mesmo nos melhores momentos econômicos"

- Não podemos pagar essas Olimpíadas. As escolas públicas da cidade precisam desesperadamente de verba, mas o prefeito continua ganhando milhões de dólares para apoiar a proposta dos Jogos. Além disso, temos as questões estruturais. As áreas olímpicas necessárias invadiriam muitos espaços públicos, fechando parques de lazer da cidade – reclama Francesca Rodriquez, representante do movimento, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

Preocupada, Rodriquez cita campanhas anteriores nos EUA e afirma que, em Atlanta-1996, 30 mil moradores foram desalojados e cidadãos negros foram presos ou isolados dos grandes centros em um ato governamental conhecido como "Operação Limpeza".

- As Olimpíadas estão associadas a crescentes abusos dos direitos civis, o que já está começando a acontecer aqui na cidade. A combinação disso tudo poderia ser fatal para a estabilidade de Chicago – afirmou Rodriquez.

As autoridades políticas de Tóquio recebem críticas de uma população desconfiada.

Tóquio e os idosos.

Na capital japonesa, que tem o menor apoio popular entre as quatro candidatas (55,5%), a oposição é representada pelo No Olympics in Tokyo. O movimento lembra os Jogos de Inverno de Nagano-1998, citando o uso do dinheiro público para a construção do trem-bala e de instalações esportivas para o evento de 11 anos atrás. Segundo o documento assinado por Koyama Kazuhisa, a economia local não conseguiu pagar todas as dívidas e o governo teve de sacrificar melhorias para a sociedade.

O No Olympics afirma que, devido ao crescente aumento no número de idosos no Japão, é preciso investir em programas que melhorem a qualidade de vida deles, em vez de se preocupar com áreas de lazer esportivo.

- Nós não precisamos das Olimpíadas aqui. A principal razão para Tóquio querer os Jogos é a reconstrução da cidade, o que significa a necessidade das grandes empresas de conseguir dinheiro dos impostos públicos para investir. O orçamento para construir instalações esportivas e tudo o que está relacionado gira em torno de US$ 7 bilhões. A população idosa japonesa está crescendo. Não precisamos cortar o dinheiro do bem estar dos mais velhos para construir locais que eles nunca usarão – diz o artigo do movimento na internet.

Divulgação/Divulgação

Profissionais de turismo protestam na prefeitura.

Madri e as demissões.

O Comitê Olímpico Internacional registra em seu relatório que, em Madri, um dos pontos altos da candidatura é o apoio popular, com cerca de 85% de aprovação. Uma ação governamental, no entanto, criou um grande foco de insatisfação, colocando no centro dos protestos os funcionários de turismo da Prefeitura.

A maioria dos trabalhadores foi dispensada em 1° de junho de 2009, sob alegação de que a mão-de-obra era redundante e a cidade era capaz de se vender sozinha. Quem tinha prestado concurso público para os cargos foi substituído por funcionários mais jovens. A resposta veio em manifestações contra as Olimpíadas de 2016, com cartazes que criticavam a campanha e chamavam a capital espanhola de “cidade precária”. A alegação é de que os jovens não terão experiência ou treinamento para lidar com o público, caso a capital espanhola ganhe o direito de receber os Jogos.

Fonte: G1

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